Foi no meio de uma ansiedade de luta, que entre os lusitanos correu a nova de que o general romano Caio Vetílio que já pisava terras de Espanha com tropas frescas e aguerridas para por fim à insurreição lusitana por causa da traição de Sérvio Galba. Caio Vetílio juntou em Córdoba as tropas que se encontravam na cidade com as falanges trazidas de Roma. Não havia tempo a perdera rapidez do ataque muitas vezes decide a sorte da batalha. Caio Vetílio deu ordem que o seu exército, de mais de dez mil homens, seguissem em massa compacta pela Turdetânia e fosse ao encontro das tribos lusitanas. Não tardou que as tribos lusitanas fossem avistadas e ordem de Caío Vetílio com a senha tradicional: - Sem tréguas, nem quartel.
O entusiasmo dos lusitanos no primeiro assalto era previsível mas foi impotente, apesar de ser comparável em número de guerreiros faltava-lhe a disciplina e a mais importante de todas a ordem de um comando general. Depressa os lusitanos reconheceram a batalha perdida, apesar da bravura e valentia dos seus homens, mas pela imprevidência de entrar na luta sem um chefe que as dirigisse.
De entre os lusitanos foram enviados a Caio Vetílio emissários, levando erguidos “ramos de oliveira”, Diálcon falou: - Vimos aqui pedir a suspensão do combate, e a paz, rendendo-nos em massa ao poder de Roma.
Caio Vetílio mandou suspender as hostilidades, e perguntou:
- Quem responde pela revolta contra a soberania de Roma?
- Nós todos, perdendo o direito de povos livres, mas conservando a liberdade individual de cada lusitano
-
- Ficaremos em campos de concentração, nos conservaremos quietos e submissos no cumprimento de todas as imposições. - falou Diálcon
Caio Vetílio mandou retirar os emissários e que regressassem no dia seguinte para assinar o pacto de rendição.
Era noite cerrada quando os emissários chegaram ao acampamento lusitano. Ao descreverem a conversa tida com o general, transmitindo as exigências deste – submissão perpétua e incondicional, com garantia de reféns para a efectividade do pacto, ouviu-se um rugido como de uma fera que silenciou os presentes. Viriato fez-se ouvir: - Para ser escravo de Roma não são precisos pactos. Que loucura confiar na palavra dos romanos. Já se esqueceram de Sérvio Galba?
- E o que fazer?
- Resistir!
- Viriato és o nosso chefe. Comandai-nos contra as legiões romanas disseram os guerreiros lusitanos pelas vozes dos seus chefes.
- Escutai a estratégia que iremos utilizar.
Deste modo Viriato convenceu os seus compatriotas que usando uma manobra hábil dividiu a tropa em pequenos grupos tácticos e atacou em várias frentes, chamando a si um grupo de cavaleiros que controlava as posições dos romanos, enquanto as outros grupos iam-se escapando através dos sectores mais fracos das linhas inimigas, concentrando-se no local que previamente tinham combinado. O grupo de cavaleiros de Viriato rompeu o cerco e foi arrastando os romanos em direcção ao desfiladeiro da Serra de Ronda. Quando o grosso do exército romano passava nesse apertado desfiladeiro onde não tinham possibilidades de manobra, caíram sobre eles os lusitanos ocultos nas encostas íngremes, fazendo nas fileiras inimigas uma espantosa chacina, tendo sido morto próprio general Caio Vetílio.
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