As tribos lusitanas cansadas das lutas travadas com as legiões romanas aceitaram a convocação de uma assembleia proposta pelo governador romano Sérvio Galba na margem direita do rio Tagus (Tejo), recomendando-as que viessem desarmadas porque se tratava de assinar um pacto perpétuo de concórdia, junto à Arvore de Maio que o governador Galba mandou plantar.
Enquanto se esperava por Sérvio Galba que tardava aparecer com a sua Corte, quatro legiões romanas colocaram-se em ordem de batalha envolvendo a multidão, ninguém suspeitava a intenção de tal envolvimento.
Depois apareceu a cavalaria com mil cavaleiros, armados com espada hispânica de
dois gumes. Neste momento os Lusitanos aperceberam-se da intenção dos Romanos.
Um velho aconselhava prudência:
- Aguardemos pelo governador Galba, algo está errado gritava um velho rodeado de mulheres e crianças
Neste momento pesados calhaus lançados por catapultas caiam sobre a multidão indefesa. Os que fugiam iam-se espetar nas lanças afiadas dos lanceiros romanos, enquanto lanças incendiárias eram arremessadas sobre a multidão, outros arremessavam panelas de pez e estopa ardendo. A confusão era geral e a multidão movia-se desesperada sem oferecer resistência, pois não tinham com quê.
O General Galba deu ordem para os cavaleiros romanos de passar à espada aquela gentalha, já era tempo de acabar com a batalha. O sol descia no poente e os cavaleiros informaram o general que já não havia tempo para matar tanto lusitano. Foi então que Sérvio Galba mandou avançar dez enormes elefantes couraçados com chapas que foram conduzidos sobre aquela montão de gente, esmagando-a.
Foi quando, do montão de corpos desfeitos, um vulto ágil, saltando de elefante em elefante abatia-os de modo fulminante com um golpe certeiro num ponto do crânio do animal. Este vulto, destemido e de grande valentia, tratava-se do jovem Viriato, conhecido como pastor dos Montes Hermínios.
A noite era já cerrada, quando Sérvio Galba mandou lançar fogo ao montão de cadáveres e elefantes. De entre este amontoado de cadáveres, escaparam-se alguns lusitanos que se fingiram de mortos, e que foram de cidade em cidade a pedir vingança!
- É certo que esses corpos insepultos reclamavam dos vivos um dever sagrado!
- dizia um lusitano ancião.
- Que cada cidade, faça as suas peregrinações ao campo da matança e atirem pedras por cima dos cadáveres até que se formem Montes Gaúdios, que deviam tornar-se, não um simples monumento funerário, mas como uma torre de protestos e de eterna revolta contra Roma - disse o valoroso e jovem guerreiro Viriato cuja fama já corria por toda Lusitânia.
Naquela planície junto ao rio Tagus e às mãos das tropas romanas, numa traição sem precedentes, morreram 20.000 lusitanos entre velhos, mulheres e crianças e outros 10.000, foram vendidos como escravos na Gália.
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